sexta-feira, agosto 28, 2009

Aulas de Paisagismo

No endereço abaixo você encontra minhas aulas, textos, artigos, dissertações e outras informações sobre paisagismo.
http://planejamentodapaisagem.blogspot.com.br

Bom aproveitamento! http://www.slideshare.net/barbaraprado

domingo, agosto 16, 2009

Cursos Promovidos e Coordenados

Curso Fundamentos do Projeto Paisagístico -Turma São Luís -2006
Apoio: CREA-MA
Curso de Pós-Graduação em Paisagismo 
Apoio: Incursos







Turma RECIFE/2007
Curso de Pós-Graduação em Paisagismo 
Apoio: Incursos
Turma GOIÂNIA/2007
 















Curso de Atualização em Paisagismo
Apoio: Improcursos
Turma Uberlândia-M/2009







Slides de Aula:

sábado, agosto 15, 2009

Burle Marx em São Luís




Jardim do Palácio dos Leões em Sao Luis é projeto de 1967

Guaratiba é projeto de 1969










Vale a pena conferir esse endereço
http://www.vazio.com.br/blog/?p=348


Requalificação da Paisagem Nova York projeto de Diller Scofidio+Renfro


Foto ao lado é utilizada didaticamente para demonstrar a recomposição natural da flora em meio urbano. O povoamento se dá por semeadura dispersa pelo vento ou deposição de pássaros, morcegos e insetos voadores.
A fixação da flora urbana é favorecida pela poeira depositada sobre lajes e tabuleiros formando um solo pobre e acído. A vegetação é predominantemente de espécies pioneiras que sobrevivem a esses solos.
Um vídeo interessante para conhecer a requalificação da Estrada de Ferro Central de Nova York é encontrado nesse endereço: http://www.youtube.com/watch?v=DIerTFnRiR4

Neste outro endereço voce poderá ver um comentário sobre os pressupostos de James Corner e o Landscape Urbanism.

"Os pressupostos defendidos no livro de James Corner são há muito defendidos por Gonçalo Ribeiro Telles, o Pai da Arquitectura Paisagista em Portugal". Miguel Pereira, 2008 in
http://theurbanearth.wordpress.com/2008/03/04/urbanismourbanism-o-projeto-da-high-line-em-nova-york-the-new-york-high-line-plan/

segunda-feira, agosto 10, 2009

PAISAGISMO: O que há por trás da idéia de beleza?

INTRODUÇÃO

Quando se ouve falar sobre paisagismo a primeira noção que ocorre (e que parece não tecer dúvida) é a de que é de plantas e jardins que se fala. No entanto, não é bem assim. Essa “coisa de paisagismo” tem haver com a paisagem e ela não é só a verdura. O paisagismo é uma tansformação.
Podemos entedender seu sentido etimologicamente. O termo com significado de paisagem já foi citado até nas escrituras (GOMES,2002). Ele pode ter sido introduzido pelos romanos na Gália no século I aC. e era utilizado pelos romanos para designar os espaços agrícolas dos paganus (também origem para pagãos) habitantes da Gália. O termo assim era formado a partir de duas palavras: “pagus” que significa campo (1) e “aticum” que designa coleção (2) (AQUINO,1980).  
Os paganus possuíam uma agricultura peculiar e compunham sociedades aristocráticas de gauleses unidas somente pela língua e religião. Nessas sociedades, os pais das famílias, detinham total autoridade e se associavam à outros chefes de família, compondo tribos que formavam um agrupamento político essencial e ao mesmo tempo uma unidade geográfica. Certamente descreviam um exemplo de associativismo e cooperativismo para a construção de uma paisagem. Pode-se compreender também que eram um exemplo da identidade de lugar. Para os romanos os “paganus” se diferenciavam dos “urbanus” que viviam nas cidades e também dos “montanus” que viviam nas montanhas. Eram denominados equivocadamente pelos romanos de bárbaros germânicos por resistirem ferrenhamente a sua dominação (3) (AQUINO,1980). 

Etimologia à parte, pagus representava uma paisagem de desejo para os romanos e um esconderijo seguro para os paganus, pois era nos pagus que eles se escondiam com a chegada dos romanos em suas terras. Compreendemos que paisagismo foi também uma prática social e cultural que inscrevia a identidade do lugar não só pela forma do plantio ou pelo arranjo  espacial, mas também pela mensagem implícita da identidade do povo que se impunha a uma paisagem por sua cultura
Na evolução dos termos ao longo do tempo paisagismo se funde com duas palavras: paisagem e ismo (BUENO, 1974)
Assim a primeira representa para nós a materialidade do espaço em si e a segunda representa a ação, movimento ou mesmo conformação e ajuntamento. Juntas representam paisagem explicitando que em sua dinâmica a transformação tanto ocorre pela ação dos homens como pela ação da natureza. Elas estao presentes e permanentes na paisagem, mas esta última é mais lenta que a ação dos homens, ao longo do tempo. Em geral a ação da Natureza é mais notada quando ocorrem os cataclismos naturais, transformando a paisagem pelos terremotos, vulcões, ciclones ou maremotos, entre tantos outros fenômenos (que por sorte, quase não os temos por aqui no Brasil). Já as transformações causadas pela ação do homem, especialmente em nosso país, estas certamente superam em muito alguns cataclismos naturais. É sobre tais transformações que discutiremos neste texto, a respeito do paisagismo que transforma nem sempre para melhor. Discutiremos o sentido dessa palavra que é a paisagem e como ela tem tudo a ver com nossa vida e jeito de sermos.

PAISAGEM E IDENTIDADE

Importante lembrar que paisagem é vida, e, portanto, diferente de cenário que é simulação. 
Uma identidade explícita permite que reconheçamos as paisagens dissimilares de acordo com Zukin (2000). Elas apresentam formas e arranjos diferenciados, apesar de conterem às vezes os mesmos elementos de outros espaços, como o solo, a água, a fauna, a flora, as construções e os seres humanos. Mesmo que todos esses elementos estejam presentes em determinados espaços, ainda assim se diferenciam por formarem novos arranjos e novas formas e por isso revelam um caráter, uma identidade. 
E é ai que entra a questão que se coloca no título desse artigo - Paisagismo: o que há por trás da idéia de beleza? 
Se Paisagismo implica na transformação, não se formula apenas pelo aspecto estético, mas também pelo aspecto ético de uma sociedade. 
Essa concepção pode ser aproximada da trilogia - beleza - solidez – utilidade – (Vitruvius), ou para ser mais específica, da estética, ética e moral (no sentido estrito das palavras). Com essa reflexão, talvez possamos romper agora com o paradigma do paisagismo, em sendo apenas fazer um jardim bonito, até porque um jardim bonito, qualquer pessoa ou qualquer jardineiro pode fazer, basta que saibam alimentar bem as plantas e que tenha amor pelo que faça, e ainda assim regado pelo conhecimento, mesmo que empírico. 
O paisagismo enquanto ciência é mais que fazer jardim. É transformação da paisagem no sentido macro, é o espaço criado pelo homem e que interage e interfere na vida de outras espécies, como também na vida de outros homens. O paisagismo, como técnica de transformação da vida dos homens (preferivelmente para melhor), é o nosso foco central. Assim falaremos sobre a seara dos arquitetos e urbanistas, na qual se evidenciará o dilema de nossa atualidade e contexto. Como durante muito tempo a paisagem tem sido estudada pela geografia muito mais que pelos arquitetos e urbanistas que a transformam, entender essa questão é fundamental, pois é ai que se revela o real valor do paisagismo enquanto ciência. Mas que novas paisagens construir e quais paisagens preservar? No contexto ludovicense, que práticas adotar? Deixar que dunas, igarapés e mangues sejam preservados? Ou deixar que sejam destruídos, para depois serem recriados por simulação da natureza devidamente urbanizados? E que modelos de paisagem usaremos para a Ilha de São Luís? O modelo de Barcelona, o de Brasília, de Salvador, do Rio de Janeiro, da Disneylândia ou da própria São Luís? A vontade com tantos questionamentos basta que lembremos que a prática em São Luís tem sido a do processo destrutivo precedente ao construtivo, com base em modelos importados, por vezes exatamente ao modelo original. Não é xenofobia, é ecologia. Considero que na questão ambiental a importação de modelos que simplesmente não correspondem ao contexto local, precisam de suporte em pesquisa local, devendo ser cuidadosamente analisados e avaliados em relação a sua correspondência com realidade local. A humildade de apreender com os exemplos de outros, não pode ser superveniente. Copiar não é coisa muito sábia, como diz Milton Santos, copiar é coisa dos bichos (Santos, 1998). Como se está transformando a Ilha de São Luís (MA) talvez cheguemos ao estágio de 100% de paisagem cons(des)truída, tal como a “adorada e difundida” Manhattan em Nova York e incluindo aí nessa fantasia o Central Park, que algum dia foi “feio, sujo e mal cheiroso” , como alguns ainda pensam dos mangues daqui. Os mangues de lá que foram “belamente qualificados” com extensos aterros gramados e arborizados, tais como os pastos ingleses. Tal como as cabras pastando alegremente para manter os gramados sempre aparados foram uma condição insustentável, também os tapete gramados o são. Guardadas as devidas proporções econômicas e deixando de lado essa história de que tudo que vem de lá é lindo, lembremos que o que é feio aqui, não é a paisagem natural (que por sinal é muito bela). O que é feio aqui é o paisagismo construído com base na perpetuação da desordem e na falta de educação cidadã. São Luís não é um outro lugar e nem é formado por outra gente, por outra fauna ou por outra flora. 
É uma Ilha com 96,7% de população urbana, que não deve mais aterrar mangues e igarapés, nem tampouco construir nas dunas. 
Em São Luís o “Paisagismo bonito” é aquele que se faz da cidadania. Que faz a rua, mas não poupa a calçada. Que faz a calçada e não poupa o passeio do percurso livre e sem obstáculos. Que faz o caminho, dos muitos que andam a pé, sombreado e seguro. Que planta aquilo que as aves e os insetos daqui podem comer para se reproduzir. Que conserva homem e natureza, mas em condição de mesma importância. 
Concluindo esta reflexão de que aqui em São Luís o paisagismo tem que ter modelo próprio ou apropriado, desenvolvido para seu contexto, discutido por sua sociedade, posto em consulta ,explicado e esclarecido sempre
Este sim é o paisagismo da beleza, que por trás dispõe a ética de sua sociedade, produzindo o paisagismo-não-jardim, mas sim o paisagismo-paraíso-de-sua-gente. 

Notas:

1 - pagus” - significa campo - plantação - e lugar onde viviam os paganus, camponeses da Gália.
2 - palavra essa que evoluiu para “agem” no século XVI.


Fácil lembrar que estamos falando de personagens muito conhecidos como Asterix, Obelix, Magestix e outros, que defendiam seus campos e terras dos romanos interessados em alimentar seus exércitos para novas conquistas. Com um pouco de imaginação podemos até pensar no obelisco que carrega Obelix, como sendo a simbologia da resistência da cultura dos gauleses e a poção preparada por Magestix, como a identidade e força do povo que é despertada, conforme a sua ingestão.
Referências:



AQUINO, Rubin Santos Leão de; FRANCO, Denise de Azevedo; 
LOPES, Oscar Guilherme Pahl Campos. História das Sociedades Medievais, Comunidades Primitivas. Rio de Janeiro: ao Livro Técnico, 1980. 
PRADO, Barbara I. Wasinski. A Ponta D’Areia na São Luis do Maranhão: as formas e os arranjos da paisagem em transformação. Dissertação (Mestrado) – MDU/UFPE. Recife: UFPE, jul.2002.150 p.  
SANTOS, Milton. O Espaço Cidadão 1.ed. São Paulo: Hucitec, 1998.  

ZUKIN, Sharon. Paisagens urbanas pós-modernas: mapeando cultura e poder.In O espaço da diferença / ARANTES, Antonio A..(Org.) Campinas: Papirus, 2000. p.80-103

sexta-feira, agosto 07, 2009

Arquitetura da Arborização Urbana


Quando se fala em paisagismo parece que não há dúvidas. É sobre as plantas e jardins que se pensa estar falando. Há até certa lógica nesse pensamento, mas não se pode afirmar que seja de todo exato.
 

Hoje entendemos que a palavra paisagismo tem um significado muito amplo. A junção das palavras - paisagem + ismo representa a paisagem em transformação, tanto pela ação dos homens como também por ação da natureza.
 

Paisagismo é fazer paisagens. Pode-se dizer que essa seria a principal tradução deste conceito. Descontando o grande trabalho que fez e faz a natureza sempre e sempre, podemos dizer que todos nós fazemos paisagismo. E de fato todos nós o fazemos. Transformamos o tempo todo, tanto para o bem-estar como para o desmazelo da cidades (pois não podemos deixar de lembrar que algumas paisagens são um verdadeiro desastre em todos os sentidos).

As cidades crescentes de nosso país apresentam suas paisagens transformadas, nem sempre boas ou belas, como são as áreas degradadas pela miséria, pelo abandono social e ou pelo abandono técnico. Por isso, as transformações das paisagens precisam ser técnicas e devem ser assim porque as paisagens transformadas não são isentas de responsabilidades.  

Devem fazé-la bem os arquitetos nas cidades, os agrônomos no campo, e os engenheiros florestais nas matas e nas indústrias madeireiras.

A Arquitetura paisagística, que é o paisagismo dos arquitetos, ao fazer as paisagens tanto na grande escala como a cidade, como na escala de uma praça, requer conhecimento técnico de muitas disciplinas.


O arquiteto romano Vitruvius já ensinava no século I antes de Cristo, que a Arquitetura era a comunhão de três substâncias essenciais: utilitas, firmitas e venustas - (utilidade, solidez e beleza). Do mesmo modo ainda, a Arquitetura Paisagística não pode ser formulada só pelo aspecto estético, mas também sim, pelos aspectos utilitário, ético e moral de uma sociedade.


Além de gosto estético apurado e educado, é necessário ao arquiteto que o cidadão contrata, uma pitada de inovação, outra de curiosidade, e muitas, muitas de responsabilidade social e ambiental, se é que possível dar receitas sobre como projetar a paisagem.
 

Talvez você ainda se pergunte porque tanta responsabilidade será necessária para “plantar umas plantinhas pelo jardim” ou as “árvores nas calçadas das ruas”?

Posso responder falando sobre esses mesmos exemplos.

O primeiro, “plantar umas plantinhas no jardim” denuncia que a Arquitetura Paisagística ainda é percebida como uma atividade pouco importante, ou mesmo fútil. Esse é o primeiro equívoco absoluto que precisa ser rebatido. A Arquitetura Paisagística tem a função
de criar e organizar os espaços livres, utilizando diversos materiais para a construção desses espaços, e entre outros também o “material” vegetação. E não plantar plantinhas por aí

Esse ponto, portanto, não tem nada de fútil ou de pouca importância, e nem tão pouco é uma operação complementar à obra arquitetônica. É a própria obra arquitetônica, e sem dúvida alguma, uma especialidade que requer muitos saberes. Criar espaços livres (bons espaços) é uma função muito especial e fundamental.

Considerando que a Arquitetura Paisagística não tem como única preocupação a questão estética do espaço livre, mas sim sua qualidade ambiental, social e cultural), o outro ponto a ser rebatido é que, mesmo a proposta do pequeno jardim, precisa revelar sua condição transformadora.

Um jardim precisa ser um “lugar”. 

Um jardim precisa ter identidade, que permita desenvolver sensações agradáveis aos usuários e manter relações ecossistêmicas com seus freqüentadores (não só para as pessoas, mas também para a fauna do local). 

Tem que fazer parte do mundo que o cerca e que nos cerca, e principalmente, não ser apenas um local cheio de potes e plantas, cujos donos lutam para manter vivos e vitalizados, nem sempre com sucesso. 

O jardim antes de tudo tem que ser uma mensagem que nos diga algo.

Se nenhuma dessas observações ainda foi suficinte e convincente de que é preciso responsabilidade social e ambiental para se criar um jardim, aí então é preciso falar sobre “as árvores nas calçadas das ruas”.


O caminho de todos que ainda podem seguir sem titubear não é o mesmo de que precisam as crianças, os idosos ou as pessoas com necessidades especiais. Esse caminho precisa ser livre e sem obstáculos, precisa ser continuo e de fácil circulação. Precisa garantir o ir e vir e, portanto deve ter a largura adequada, para quem trafega e para o que nele se instala ou planta. Precisa ser bem sinalizado, não só com placas, pois muitos desses transeuntes nem sequer podem ver ou ouvir. Os sinais precisam ser voltados aos sentidos, todos eles.


Um exemplo são os pisos táteis, que podem ser sentidos pelos pés ou mesmo pelas pontas dos dedos das mãos que vibram quando a bengala passa sobre eles informando: - pare; siga; cuidado, você irá atravessar a via pública; ou mesmo há um telefone público à direita ou à esquerda. 


Não importa de quais sinais se fale aqui, desde que eles estejam pelas ruas, avenidas e praças o quanto for necessário, para permitir que as pessoas que vêem muito pouco ou nada, saibam se referenciar pela cidade. E que os deficientes auditivos também o façam ouvindo.

E o que essas coisas podem ter com as árvores nas calçadas? 


Nossa resposta dirá que para "plantar umas plantinhas ou arvorezinhas" nas calçadas das cidades é preciso entender a geometria dessa paisagem e entender que relações e dimensões espaciais, ambientais e ecossistêmicas estão presentes em cada quadra, em cada rua, em cada lugar.

A rua, esse complexo espaço livre, não é só para carros e pedestres passarem, é um espaço de fluxos e também um espaço social de iguais, em cidadania e de desiguais em necessidades.


Para uns e outros é um espaço público, que deve ser sombreado em pelo menos 2/3 do caminho para ser saudável e confortável nos dias quentes, como nos ensina Mascaró, e iluminado para dar segurança e possivel de ser usado à noite.Concordo com essa proporção em São Luís do MAranhão.


A árvore da rua, que se indica, não pode ser uma árvore qualquer, tem de ser uma que tenha as raízes pivotantes, apenas onde não houver infra-estrutura como tubulações de esgoto ou água potável abaixo da calçada. Quando aplicadas ao projeto da rua
não são indicadas as que  têm raízes superficiais, porque essas levantam os pisos das calçadas, e aí, nossos transeuntes de necessidades especiais teriam outros empecilhos - as raízes expostas e a destruição das sinalizações.

Falou-se que as ruas precisam ser sombreadas, mas não serão por qualquer sombra. Deverá ser de árvores cujo tamanho nem seja tão baixo que a copa impeça o flâneur, nem tão alto que a copa se enrosque nos fios da rede elétrica, e que depois não sejam castigadas pelo engano plantado, recebendo podas que as deformarão. Suas copas não devem competir com a iluminação dos postes, ambas devem se associar.


As folhas devem ser finas e lisas para não acumular poeira e para não espalhar o pó nos dias de ventania. Não deve ter frutos grandes que machuquem quem passa, nem por cair na cabeça, nem por fazer cair no chão. Que sejam frutos que os bichos do lugar possam buscar e comer, e não aquelas árvores que os bichos desprezam. As flores são sempre bem vindas, desde que libertem pouquíssimo pólen, o que deixaria os já alérgicos mais doentes, ou flores que caduquem tanto que as calçadas se transformam em caminhos escorregadios.


Enfim, quase parecendo que se descreve uma Arquitetura Paisagística do não pode isso, não pode aquilo, terminamos este papo, demonstrando que a geometria da paisagem é composta por muitos elementos materiais e imateriais. E que para dizer que uma planta se aplicará aqui ou ali, muitas coisas importantes, além da beleza que uma espécie pode nos dar, precisam ser levadas em consideração.


A Arquitetura Paisagística tem simpatia por todas as espécies, mas especifica para cada espaço livre apenas aquelas que constroem de fato uma paisagem. Isto é técnica e responsabilidade social e ambiental.



Eu, por outro lado, continuarei a ter antipatia (não gratuita) pelas espécies exóticas invasoras, principalmente quando se tratar da paisagem das ilhas.